Originária da África do Sul, a planta Asclepias physocarpa é facilmente encontrada em diversos países. No Brasil, tem ocorrências confirmadas em quatro regiões, com exceção do Norte. Por aqui, é conhecida por vários nomes populares, como paina-de-seda, planta balão, paina-de-santa-bárbara, flor-borboleta ou saco-de-velho, o termo mais curioso.
Segundo o engenheiro-agrônomo Marcos Estevão Feliciano, o nome se refere aos frutos inflados e esféricos, nas cores verde ou amarelo, e com superfície cheia de cerdas. A espécie pode atingir entre 1 m e 2 m de altura, e tem uma folhagem ramificada e macia.
“No continente africano, as fibras que envolvem as sementes são utilizadas para fazer redes de balanço de pesca. As frutas infladas são usadas em arranjos florais”, ele diz.
A espécie ‘Asclepias physocarpa’ é chamada por vários nomes, como paina-de-seda, planta balão, paina-de-santa-bárbara, flor-borboleta ou saco-de-velho — Foto: Flickr / Linda Tanner / Creative Commons
A paisagista Gabi Pileggi, proprietária do Jardineiro Fiel, aponta que a saco-de-velho também é muito usada na decoração em arranjos secos. Porém, é preciso ter cuidado ao manuseá-la, pois seus ramos, quando cortados, liberam uma seiva leitosa que, se ingerida, é venenosa para humanos e animais.
Como cultivar?
A espécie é cultivada em diversos lugares do mundo. De acordo com Gabi, precisa ser mantida a pleno sol, mas apresenta tolerância a temperaturas baixas. “A planta aguenta os climas subtropicais, tropicais e equatoriais”, afirma.
Os arbustos de saco-de-velho se reproduzem rápido e podem chegar a 2 m de altura — Foto: Flickr / Angélica Reis / Creative CommonsA saco-de-velho é um arbusto perene, ou seja, vive por mais de dois anos, mas exige uma poda regular no inverno para não perder o seu formato.
Ela pode ser plantada no jardim ou em vasos, desde que em um solo fértil, com muita matéria orgânica e sendo regada regularmente. “É uma planta de pouca manutenção, mas precisa de adubação para manter o solo fértil”, ensina Gabi.
Os ramos da planta saco-de-velho, quanto cortados, liberam uma seiva venenosa para animais e humanos, caso seja ingerida — Foto: Flickr / P. L. Tandon / Creative Commons
A reprodução da espécie é feita por sementes, o que é importante para a polinização, pois acaba atraindo lagartas e borboletas – por isso, também é chamada de planta-borboleta. Mas isso tem um lado negativo: “por ter uma rápida reprodução, é uma planta invasiva”, comenta a paisagista.
Propriedades medicinais
O nome científico Asclepias physocarpa é uma homenagem ao deus grego da cura, Asclépio, popularmente conhecido como Esculápio. No entanto, não existem comprovações sobre as propriedades medicinais da espécie.
“Outras plantas com a mesma aparência e outras asclepias são utilizadas no tratamento de doenças, mas a saco-de-velho não. São relatados o uso dela no tratamento de dores de cabeça, asma e em pomadas para verruga, mas os resultados não foram comprovados pela medicina”, informa Gabi.
Na África do Sul, a planta saco-de-velho é bastante utilizada para tratar dores, mas não existem comprovações científicas de sua eficácia — Foto: Flickr / Ryan Somma / Creative Commons
Segundo o engenheiro-agrônomo Marcos, ela é comumente utilizada na medicina popular na África do Sul. “As raízes são usadas para tratar dores de estômago, enquanto as folhas são secas e moídas até formar um pó usado como rapé para dores de cabeça. Já o látex leitoso é usado para tratar verrugas”, conta.